«duas ou três notas que não valem nada e que nos emocionam» assim Amália caracterizava o Fado.
Tranparente, o terceiro disco de Mariza, entrou directamente para o primeiro lugar do top de vendas nacional e aí ficou. Já na terceira semana consecutiva em primeiro lugar este disco fantástico conta com o trabalho do músico brasileiro Jacques Morelenbaum, (director músical de Caetano Veloso e com vários trabalhos ao lado de Tom Jobin), quase como figura principal, nesta "mistura" entre Portugal e Brasil dando uma roupagem muito sua ao disco respeitando sempre a base e a harmonia do Fado.
Como os próprios o definem, este disco chega a ter o balanço brasileiro, o sabor do jazz nova-iorquino, a sensualidade africana e alegria das romaria minhotas juntas ao Fado mais alfacinha.
14 temas compostos por "antigos e novos" fadistas como Mário Pacheco, Rui Veloso, Tiago Machado, Paulo de Carvalho, Fernando Tordo ou Pedro Campos e com textos de Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Alexandre O’Neill, Vasco da Graça Moura, Aldina Duarte, Paulo de Carvalho, Fernando Tordo, Paulo Abreu Lima, Artur Ribeiro, Reinaldo Ferreira e Pedro Campos, preenchem este disco onde podemos escutar desde um violoncelo (bem ao estilo clássico), a um batuque africano passando por um acordeão do arraial minhoto sem faltar claro está a grande guitarra portuguesa.
A homenagem a Amália Rodrigues, Fernando Maurício e Carlos do Carmo, está muito bem conseguida neste disco de poesia cantada.
Um disco para os amantes da música portuguesa.
Hasta
VS